O dragão submerso
As escavações arqueológicas do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, que ficou alagado pelo Mondego durante sete séculos, mostraram no extenso páteo em frente à fachada sul o enorme "tanque das carpas", de formato quadrangular ...
Aqui foi encontrada uma bela peça que decorava o bordo do tanque, lado do claustro, e que servia de "bica" por onde jorrava a água captada nas fontes da vizinha Quinta das Lágrimas.
O visitante pode apreciar, na entrada do Centro Interpretativo, esta escultura dum dragão em calcáreo, com cerca de 1,20 m e de autoria desconhecida, que remonta ao séc. XVI.
( Imagem recolhida em "culturaonline.pt")
O corpo deste dragão está coberto de escamas e protegido por grandes asas fechadas, as patas têm garras e a cauda está enrolada, mostrando ainda restos da língua metálica na boca aberta que projectava o caudal da água para o "tanque das carpas". Mas o que mais importa salientar é a "atitude de submissão", bem expressa na coleira de sete guizos que ostenta no pescoço, bem como o local e a função em que a escultura se encontrava, contradizendo todo o negativo simbolismo que o mítico animal tinha para a cultura medieval e para o cristianismo.