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Castelos de Portugal

by Feliciano Flor
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        CASTELOS DE PORTUGAL     -    em Postais Máximos  

No séc. X, D. Mumadona mandou construir uma torre, com muralha circundante, para defesa do Mosteiro de S. Mamede, na colina dos Vimaranes. No CASTELO DE GUIMARÃES, por ordem do Conde D. Henrique foi erguida a Torre de Menagem, no séc. XII, e mais tarde as três torres castrenses.
 
 
 Postal editado pelo Centro de Caridade "Nossa Senhora do Perpétuo Socorro"- Porto.  Selo taxa 22$50, que formou o 2º grupo com o do castelo de Bragança da série com 18 castelos, em que foram emitidos 6 selos por ano desde 1986 a 1988, desenhados por José Luis Tinoco e J. Bènard Guedes, litografados em papel esmalte pela INCM e com denteado 12 X 12 1/2 . Carimbo do 1º dia de circulação - 10/4/86, aposto em Guimarães.
 

 

 

 

 No conjunto de postais seguintes, os castelos de Lisboa e de Silves representam a RECONQUISTA,
 e os castelos de Palmela e de Leiria são exemplos dum MOSTEIRO e dum PAÇO REAL.
 

                 

O castelo de Lisboa tem a forma dum quadrilátero irregular com 11 torres, sendo a maior a torre Ulisses, virada a sul e com a porta principal. Tem um fosso entre as muralhas e a barbacã, e foi D. Dinis quem mandar erguer a alcáçova. Conquistado por D. Afonso Henriques em 1140, é recordado na Lenda de Martim Moniz. Postal edição "Colecção DÚLIA", nº 182 , com selo taxa 25$00, integrou o 6º grupo com o castelo de Marvão, e foi obliterado pelos CTT de Lisboa, no 1º dia de circulação 15-9-1987.

            

O castelo de Silves foi conquistado em 1189 por D. Sancho I, lembrado aos visitantes, desde 1941, por uma estátua de bronze com 3 m de altura, mas só foi reconquistado definitivamente por D. Afonso III. É construído em grês vermelho e a porta principal está defendida por duas torres, tendo um silo árabe e reservatório de águas pluviais. O postal foi editado por Francisco Más, Ldª, na Amadora, com o nº 378 . O selo taxa 25$00 integra o 4º grupo com o castelo de Évora-Monte, tendo sido obliterado pelos CTT de Silves no 1º dia de circulação 16-1-87.

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    O castelo de Palmela, reconquistado definitivamente em 1191 por D. Afonso Henriques, foi o Mosteiro dos "Freires-Cavaleiros", e sede da Ordem de Sant'Iago da Espada desde 1423, tendo sido reconstruído no séc. XIV. A muralha interior é do séc. XII, com os dois torreões cilíndricos, de face e no lado norte.  A segunda linha data do séc.XV, rodeando a praça de armas e os edifícios integrados - convento e Igreja de Santiago. A terceira linha de muralhas, com baluartes, data do séc. XVII. O postal tem o nº 1916 das Edições Artísticas Âncora, de Lisboa. O selo taxa 27$00, integrou o 8º grupo com o castelo de Vila Nova da Cerveira, e foi carimbado pelos CTT de Palmela no 1º dia de circulação 15-3-88.

             

      O castelo de Leiria, edificado em 1135, foi reconquistado duas vezes aos mouros e a torre de Menagem data de 1324, tendo sido D. Dinis quem determinou a construção do palácio. O Paço Real assenta na muralha exterior, tem 3 pisos centrais e galeria de oito arcos, com torreões laterais. O postal é uma dição do Centro de Caridade "Nossa Senhora do Perpétuo Socorro", no Porto, com o nº 82/A. O selo  taxa 25$00, integrou o 5º grupo com o castelo de Trancoso, e foi carimbado pelos CTT de Leiria no 1º dia de circulação 10-4-87.

 

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As Torres de Menagem, porque eram as principais do castelo e nelas residiam quase sempre os Alcaides, constituiam o último reduto da defesa do território. Algumas são atualmente simples vestígio do castelo que as rodeava, como as Menagens de Chaves e de Beja.
 

          chav

    O castelo de Chaves foi rodeado de muralhas por Afonso III e fez parte do Condado Portucalense, mas a monumental Torre de Menagem foi mandada levantar por D.Dinis. Na Crise de 1385 o alcaide manteve-se fiel a D. Beatriz, mas depois de 4 meses de resistência acabou vencido pelas forças de Nuno Álvares Pereira, a quem foi entregue por D. João I. O Condestável deu o castelo como dote a sua filha quando esta se casou com o conde de Barcelos, D. Afonso, futuro Duque de Bragança, tendo ambos residido muitos anos nesta Torre de Mehnagem.

                         beja 

O castelo de Beja foi tomado por D. Afonso Henriques em 1159, e abandonado meses depois por falta de efetivos militares, para ser recuperado em 1162 por Fernão Gonçalves. Nele faleceu Gonçalo, o Lidador, então já nonagenário, durante um combate contra cerco dos muçulmanos. A reconstrução após muitos assaltos, e a edificação da Torre de Menagem dionisiana foram determinadas por D. Dinis, em 1307, conforme placa com om seun brasão, inserida numa das torres. A Menagem tem 3 pisos e uma escada gótica de 183 degraus até ao mirante, havendo balcões superiores suportados por mísulas e janelas góticas geminadas. 

 

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Quando a função defensiva e a ocupação militar não justificavam a edificação ou a reconstrução do castelo, surgiram  as residências acasteladas ou "Solares de Alcaides", como os castelos de Belmonte e de Penedono.
 

        

     D Afonso III determinou ao Bispo de Coimbra a construção duma torre e dum castelo em terras de "Centum Cellas" , mas o Castelo de Belmonte só ficou concluído no reinado de D. Dinis. Mais tarde, D. João I confiscou-o porque o seu alcaide apoiara o Infante D. Dinis, e fez dele doação a Luís Álvares Cabral, que procedeu à reconstrução e ali instalou a família. Este castelo foi berço de Pedro Álvares Cabral, mas um dos seus ascendentes já ficara célebre - Fernão Cabral, o Gigante das Beiras, pelo seu corpo e força assombrosa em várias peripécias. O castelo está situado num cabeço a 615 m de altitude, com a porta principal de arco de volta completa voltada a sul, entre a torre de menagem e a alcáçova, coroada pela esfera armilar e as armas dos Cabrais. Na muralha a poente, numa ampliação da residência junto à Menagem, foi aberta uma janela manuelina geminada.   

                      

      Ramiro II, Rei de Leão, entregou o castelo, para ser restaurado, a Rodrigo Tedoniz, pai de D. Flânula (Chamoa Rodrigues) que o legou ao Mosteiro de Guimarães quando nele se recolheu, ainda no tempo de sua tia Mumadona. Foi reconquistado definitivamente por Fernando Magno. Séculos depois o alcaide de Trancoso e Penedono - Gonçalo Vasques Coutinho, é nomeado marechal por D. João I, pelo apoio valoroso prestado ao Mestre de Aviz, desde a batalha de Trancoso, em 1385. Vasco, o primogénito do marechal e 1º conde de Marialva, morreu no ataque a Tanger, e um dos irmãos - Álvaro Gonçalves Coutinho , o Magriço dos 11 de Inglaterra, terá nascido neste castelo ou no de Trancoso. O Castelo de Penedono tem planta hexagonal irregular, e situa-se a 930 m de altitude. No lado sul, dois finos torreões com ameias ressaltadas, ladeiam a porta principal, e muito próximo do acesso foi erigido um notável Pelourinho. Dois torreões mais fortes reforçam a muralha a norte, ainda guarnecida por um cubelo.

 

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    A arquitetura de alguns castelos difere das tradicionais muralhas e das torres com ameias.
O castelo de Évora Monte, no postal do início deste artigo, e o castelo de Vila da Feira, escolhido para terminar este apontamento, são talvez os melhores exemplos.
 
 

 

O castelo de Santa Maria da Feira remonta ao séc.XI e o seu alcaide Pêro Marnel apoiou D.Afonso Henriques contra D. Teresa. Foi doado por D. Dinis a D. Isabel de Aragão e na Crise de 1383/85 rendeu-se ao Mestre de Aviz que o doa a Álvaro Pereira, ficando na posse desta família até ao séc XVIII, que transformou a enorme torre de menagem - 4 torres qudrangulares com pináculos e cobertura cónica, num paço senhorial. O selo taxa 22$50 integrou o 1º grupo desta emissão "Castelos e brasões de Portugal" em 1986, mas o carimbo é comemorativo da Exposição Filatélica Iberoamericana'90, e foi aposto na Vila da Feira em 7-10-1990.    

 

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 NOTA :  Este artigo é complemento de outro intitulado "História e Filatelia", também elaborado com selos de Portugal, e do qual constam outros Postais Máximos executados com selos desta emissão, que teve 9 grupos de 2 selos, emitidos nos anos 1986, 1987 e 1988, todos desenhados por José Luís Tinoco e J. Benard Guedes.