Barcos Dragão

by Feliciano Flor
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                BARCOS DRAGÃO

       As tão disputadas corridas de barcos dragão, que anualmente se realizam em Macau e Hong Kong, recordam uma lenda que remonta ao ano 278 a. C..

           

      Na província de Hunan, um ministro incorruptível atirou-se ao rio Mai-Luo por ter sido acusado falsamente por intrigas da Corte, tendo o Imperador ordenado buscas em todos os rios, utilizando compridos barcos com fortes remadores. Os primeiros dias de buscas não tiveram resultados, e o Imperador sonhou que o seu ministro teria muita fome, pelo que mandou lançar nas águas várias porções de arroz cosido, embrulhado em folhas de bananeira, que logo desapareciam supostamente devoradas por um monstro marinho.

             Então o Imperador ordenou que as proas dos barcos tivessem a forma duma cabeça de dragão para afugentar o monstro, com as popas mais altas imitando uma cauda, e ainda mandou distribuir pela tripulação do barco que encontrasse o Ministro uma elevada quantia em moedas de ouro, como recompensa do seu esforço.

               

  Outra versão da lenda conta que terá sido o poeta e diplomata Qu Yuan, quem se suicidou naquele rio, com o desgosto de a capital do reino ter sido ocupada pelas tropas inimigas, tendo ele como conselheiro da corte apoiado uma expedição militar que provocou aquela tragédia.

 O Festival dos Barcos Dragão celebra-se no 5º dia do 5º mês lunar, ocorrendo no atual mês de junho.

 

     Na Exposição Mundial de Chicago, realizada em 1893, ...

 

      Na Exposição Mundial de Chicago, realizada em 1893, foi mostrado o barco viking "Gokstad", com mais de 20 metros de comprimento, movido a remos mas também dotado de uma vela auxiliar, de forma quadrada e tecida em lã, sempre montada num único e forte mastro que rapidamente se levantava quando necessário.

       

       A proa alta e robusta deste barco terminava com a escultura em relevo da cabeça dum dragão, e outra escultura na popa tinha várias pontas ou era enrolada para emitar uma cauda. Estes barcos de guerra tinham a proa e a popa com o mesmo formato, para puderem navegar em sentido contrário sem precisar de fazer uma volta.

        

 

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        No hall da entrada do Grand Lisboa Hotel de Macau, encontra-se exposta uma enorme escultura em ouro representando o Barco Dragão utilizado pelo Imperador Qianlong para se deslocar com toda a sua comitiva pelos grandes rios da China.

Esta peça de museu está protegida por uma redoma de vidro à prova de bala e por um sofisticado sistema de segurança.

    

Existe também em Pequim, no Lago Kunming do Palácio de Verão (Yihe Yuan), um barco dragão destinado ao turismo. (foto seguinte)

  

  

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   O grupo lendário dos Oito Imortais Taoistas, reporta-se à dinastia Song (960-1279). Eram liderados por Lu Dongbin - que transportava nas costas a sua espada, ou informalmente por Zhongli Quan - representado com um leque; fazia parte do grupo uma personagem feminina - He Xiangu, eremita nas montanhas no tempo da dinastia Tang, representada com uma flauta e um pássaro no ombro, segurando ainda uma flor de lótus com a mão direita.

      

     Segundo esta lenda, viajavam para as ilhas do Paraíso a bordo dum Barco Dragão para fazer corte ao deus Shou-Lao, como nos mostra a imaginação do autor chinês desta pequena estatueta em bronze.

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  O clássico teatro japonês "Kabuki" remonta ao séc. XVII numa conjunta representação do drama com a dança e com a mímica. 

Com frequência, todo o palco principal é ocupado por um barco dragâo, onde se movimentam os atores, e quase sempre um dos principais usa máscara de dragão, simbolizando a deusa do mar.