Borboletas Vanessa na Filatelia

by Feliciano Flor
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               Borboletas "Vanessa"

       A alta sociedade londrina, no início do séc.XVII, incluia uma jovem de rara beleza - Ester Vanhomright, filha dum rico mercador alemão e apaixonada por Jonathan Swift, doutor em Teologia e mais tarde deão da catedral de Dublin. Foi ele o criador do nome "Vanessa" num poema que dedicou à jovem, com as primeiras sílabas dos nomes "Van-Es (sa)" ... 

          

 

 

         Também o naturalista sueco Karl von Lineu vivia nesse tempo em Londres onde terá encontrado o autor das "Viagens de Gulliver" e a sua jovem enamorada, que quiz homenagear em 1758, quando agrupou no Género Vanessa duas borboletas da Família Ninfalídeos - as espécies "atalanta" e "cardui" que se mostram a seguir.

           Alguns filatelistas dizem-nos ter sido o entomologista Johan Christian Fabricius, discípulo de Lineu,,que classificou em 1807 o Género, depois de encontrar mais duas espécies na Austrália e na Nova Zelândia, escolhendo na mitologia grega o nome "Phanessa" (atual Phanes), a divindade da procriação.

                                                                                                                                        

         A Vanessa atalanta é mais conhecida pelos nomes Almirante Vermelho ou Vulcão e tem 55 a 65 mm de envergadura, migrando na primavera desde o norte de África e Mediterrãneo para o centro e norte da Europa.

 A Vanessa cardui tem o nome popular Bela Dama e uma envergadura de 50 a 80 mm, sendo sedentária em África. É a "borboleta dos cardos" e emigra anualmente para a Europa, percorrendo cerca de 1600 Km ao longo da sua vida. 

    

         A Vanessa io, inicialmente classificada Inachis io (filha de Inachus - 1º rei de Argus) tem o nome popular Pavão, pelas manchas ocelares azuis nas asas avermelhadas. Tem envergadura de 50 a 60 mm e voa na Europa e na Ásia até ao Japão. 

       A Vanessa antiopa, classificada de início Nymphalis antiopa, tem o nome popular de Manto de Luto, pela cor castanha das asas com duas bordaduras, uma amarela e outra interior de ocelos azuis. Tem envergadura de 70 a 83 mm e voa em 37 países europeus.

      

     

Inicialmente classificada Aglais urtica, a Vanessa urtica é a "borboleta das urtigas" (planta hospedeira desta espécie), com envergadura de 40 a 50 mm. Tem penugem no torax e ocelos azuis na bordadura das asas. Conhecida pelo nome Pequena Tartaruga, voa nas montanhas da Europa e da Ásia até ao Pacífico, sendo pouco migratória.

   A Vanessa myrinna, classificada em 1849 por Doubleday, é a "borboleta dos Andes", com habitat entre os 1800 e os 3000 m de altitude. Tem uma cor negra e manchas rosadas, mas a face ventral  é cinzenta com ocelos brancos.

 

   

         A Vanessa indica, classificada em 1794, tem a subespécie "vulcania" (pela natureza do seu habitat) na Madeira e nas Canárias, foi descoberta por Godart em 1819, e voa todo o ano com várias gerações. A envergadura é de 54 a 60 mm, bem carateruizada pela cor castanha e pelos pontos brancos na extremidade das asas anteriores com grandes manchas cor de tijolo, também cor das lúnulas da bordadura das asas posteriores.  

 

  

         Entre as dezenas de espécies agrupadas no Género Vanessa, encontram-se três que pertenciam ao Género Antanartia, com habitat no sul da África, e que foram reposicionadas com base em evidências moleculares: V. hippomene (Huber, 1823), V. abyssinica (Felder,1867) e V. dimorphica (Howarth,1966). Espécies bem conhecidas, como Salamis aglotinice e Junonia orithia também classificadas por Godart, transitaram para o Género Vanessa, assim como outras que se mostram nestes blocos emitidos na Costa do Marfim, em 2012.